terça-feira, 7 de outubro de 2008

Éramos um só coração e uma só alma

Conversa entre Madre Josefa e Madre Maria
Missionárias Servas do Espírito Santo

M.M.: Veja Ir.Josefa, agora você também chegou ao ponto de ser beatificada na terra.

M.J.: Eu?? Certamente não contribuí em nada para isto. Você sabe bem que eu realmente não
queria isto. Querida apenas ser sempre a última. Já escrevi isto na carta pedindo que o Pe.Reitor
me aceitasse como empregada na Casa Missionária. E agora estou para ser beatificada. Realmente
penso que nossas filhas não me entenderam bem neste ponto.

M.M.: Ó bem, querida Irmã, senti exatamente o mesmo quanto à minha beatificação, mas aconteceu
alguns anos atrás e nossas queridas filhas queriam, desde o início, que nós duas fôssemos
veneradas da mesma forma. Veja, no momento nossos restos mortais estão separados: seus estão
no cemitério em Steyl e meus estão na capela do Convento. As Irmãs devem achar isto muito
triste, pois sabem que nossa vida terrena sempre foi de uma unidade muito íntima e profunda.
Precisamos estar unidas também na morte.

M.J.: Sim, você está certa, querida Mãe. Desde nosso trabalho conjunto como empregadas na
cozinha da Casa Missionária, na esperança de um dia tornar-nos Irmãs missionárias, sempre
éramos um só coração e uma só alma, como você mesma um dia expressou.

M.M.: Sim, realmente sempre havia uma harmonia fina e nobre entre nós, simplesmente linda.
Claro, éramos de caráter muito diferente, mas – talvez precisamente por isso – nos complementávamos
mutuamente de forma admirável no relacionamento da jovem comunidade.

M.J.: Você era um pouco mais hesitante, preocupada, amorosa e boa mãe...

M.M.: ... enquanto você era mais resoluta, um tanto impetuosa, mas não menos aplicada e obediente.

M.J.: Você também sempre foi obediente em relação a nosso Reverendo Pe.Reitor, claro, mas
também em relação a mim, sua assistente.

M.M.: É mesmo??

M.J.: Sim, certa vez tínhamos muitas retirantes e você queria entregar seu quarto para as visitantes
e passar a noite no sótão. Quando protestei, não o fez, mas então levou para seu quarto
tantas Irmãs quantas pudesse acomodar.

M.M. (rindo): Parece que minha obediência não foi tão longe ... Mas não havia necessidade de
nos esforçarmos neste sentido, pois sempre havia um silencioso acordo mútuo entre nós, sem
lugar para desacordos ou tensão. Fosse você a superiora ou eu ... sempre estávamos unidas.

M.J.: Claro, com uma superiora como você, isto não surpreende muito. Quantas vezes, quando
uma Irmã lhe pedia algo, você dizia: “Vou conversar isto com a Madre Josefa”.

M.M.: Mas você respondia da mesma forma numa situação semelhante dizendo: “Só vou pedir
à Madre Maria”.

M.J.: Então veja, já trabalhávamos como equipe e isto é exatamente o que nossas filhas tanto
querem hoje.

M.M.: Elas querem ser como nós. Exatamente nesta unidade no ser “um só coração e uma só
alma” – o que às vezes não parece ser exatamente o caso entre elas.

M.J.: Mas por outro lado, não precisamos apenas olhar nossas filhas atuais. As coisas mudaram
logo depois que você se transferiu à Clausura e me causaram muito sofrimento. Minha assistente
na época muitas vezes se recusava a falar comigo por um dia ou um dia e meio, o que me machucou
muito. À pergunta do Pe.Reitor sobre isto, escrevi que “tal hipersensibilidade nunca aconteceu
entre a Reverenda Irmã Maria e eu”.

M.M.: Você estava absolutamente correta neste sentido.

M.J.: Tudo piorou para mim depois que você deixou as Irmãs Missionárias e se transferiu à
Clausura. Ó querida, não gosto nem de pensar sobre isto. Sofri indescritivelmente. Simplesmente
não conseguia entender. Por que precisávamos estar separadas desta forma?

M.M.: Para mim também foi muito, muito difícil, mas não acredito que isto nos separou, ao
contrário, nos uniu mais firme e profundamente.

M.J.: Ó bem, talvez de maneira espiritual... Mas depois tive que carregar todo o fardo da liderança.
E, além disto, sua doença e morte tão precoce foi uma nova e profunda dor para mim. Sequer
pude visitá-la no Convento da Clausura; “só” pude consolar as Irmãs dizendo que em você nós
agora tínhamos uma nova e boa intercessora diante do trono de Deus; e a coloquei diante delas
como modelo e assim, até certo ponto, as levei a venerá-la.

M.M.: rindo: Aé, então é por causa de você que fui beatificada antes de você? Por que não me
contou isto antes? Quem sabe o que poderia ter acontecido a nosso profundo relacionamento
aqui no céu...

Rindo se abraçam.

Baseado em fontes originais,
Por Ir. Stefanie Hall SSpS, Steyl

sábado, 4 de outubro de 2008

Domingo XXVII do Tempo Comum (Mt.21,33-43)

Reflexão do Padre Gregorius Olapito Wuwur, SVD (Indonesiano)
Missionários do Verbo Divino, Provincia de Brasil

A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular.
Neste Evangelho, a parábola dos vinhateiros homicidas, Jesus nos anuncia uma verdade que ao mesmo tempo nos alegra e nos inquieta: Hoje, os vinhateiros somos nós, especialmente os chefes da Santa Igreja e das Comunidades cristãs, sem excluir as autoridades políticas. Todo cristão ou cristã crismada faz parte da equipe de arrendatários da vinha do Senhor, que é o povo. O dono da vinha é Deus.

A parábola visa, num primeiro nível, os chefes do Povo de Deus do Antigo Testamento, isto é, as autoridades judaicas, que não receberam bem os profetas, enviados de Deus, nem o seu próprio Filho, Jesus Cristo. Então Deus tirou a vinha, isto é, o povo, das mãos das autoridades judaicas e o entregou aos líderes da Santa Igreja e da sociedade. Isso vale também a nível individual. Se um líder não cumpre bem o seu cargo, fazendo o que bem entende da Comunidade como se ele fosse dono dela, Deus virá, tirará a Comunidade das mãos dele ou dela e a entregará a outro líder.

Quantos líderes, enviados por Deus, já trabalharam na nossa Comunidade, e deram a vida por ela! Hoje somos nós. Isto é uma alegria, mas é também uma responsabilidade nossa. O povo não é nosso, é de Deus, e ele espera frutos de justiça, de amor e de vida plena para todos.

Não podemos querer tirar proveito pessoal em cima do Povo de Deus, pois, como o próprio nome diz, o povo é de Deus e não nosso. Que bom se nós, líderes atuais, um dia ouvirmos de Deus: “Servo bom e fiel, entra na alegria do teu Senhor”. A viagem do dono da vinha para o estrangeiro significa que Deus não interfere no nosso trabalho, mesmo que não sigamos o contrato de arrendamento. Naquele tempo, uma pessoa quem estava longe não tinha nenhuma condição de acompanhar um trabalho, e de saber como está indo. A responsabilidade é toda nossa, como vinhateiros do Senhor. Só no fim Deus nos vai cobrar. O ato de matar o filho lembra-nos, além da condenação de Jesus, os irmãos de José do Egito que quiseram matá-lo (Gn 37).

Jesus citou o Sl 118,22s: “A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; isto foi feito pelo Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos”, para nos lembrar que ele é a pedra angular, a pedra principal da construção, isto é, da salvação planejada por Deus Pai. Hoje esta padre angular está na Igreja, una, santa, católica e apostólica.

Certa vez, as ferramentas de uma carpintaria se reuniram e começaram a reclamar umas das outras. Disseram ao martelo: “Você é muito barulhento; fica dando batidas o dia inteiro!”

O martelo falou para o parafuso: “Você é insuportável; só fica enrolando, dando voltas o tempo todo!” O parafuso disse para a lixa: “Eu não agüento mais você; é muito áspera, e fica arranhando tudo!” A lixa falou: “O meu protesto é contra o metro; ele fica medindo a gente. Eu não gosto dele!” Neste momento entrou o carpinteiro e disse: “Parem com essa briga! Cada um de vocês tem sua importância, do jeito que é: o martelo é forte, o parafuso une com força, a lixa retira as asperezas e torna bonita a madeira, o metro é preciso e exato, o serrote corta em linha reta... Vocês são uma equipe. Trabalhando unidas, vocês produzem móveis bonitos e de qualidade.

Nós somos as ferramentas do Carpinteiro de Nazaré. Vamos viver unidos e trabalhar em equipe, pois a nossa missão, cuidar da vinha do Senhor, é grande e bonita. Quando destacamos os defeitos dos outros, a situação torna-se tensa e negativa. Ao contrário, quando se busca com sinceridade as qualidades dos outros e os seus pontos positivos, acontecem as melhores conquistas humanas. Cada um de nós cristãos tem o seu jeito próprio. A Igreja é como um grande jardim, onde cada Comunidade é uma flor diferente. É sendo unidos que construiremos o Reino de Deus.

Maria Santíssima foi também uma operária da vinha do Senhor; e ela trabalhou tão bem, que foi premiada, sendo elevada ao Céu em corpo e alma. Que ela nos ajude a sermos bons vinhateiros. Que trabalhemos com dedicação e desapego, sem querer nos apropriar da vinha, que é de Deus. A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular.

1 - Deus vem à vinha para abrir nossos olhos

Alguns anos atrás surgiu (na Bélgica) um método de análise sociológica, que foi adotado pela teologia da América Latina, e se tornou conhecido como “método ver – julgar – agir”. Na prática, o método consiste em ver a realidade ou tomar contato com a realidade: analisar os prós e os contras que acontecem na realidade da comunidade. O julgar faz a análise da realidade à luz da Palavra de Deus, ou seja, o que a Palavra de Deus diz a respeito de tal realidade e, o agir é a parte prática: quando a comunidade se une e toma uma atitude em vista de mudar a realidade. Enquanto refletia e preparava nossa celebração cheguei à conclusão de que esse método está presente na Liturgia da Palavra dessa celebração. Na 1ª leitura e no Evangelho, por exemplo, o profeta pede aos seus amigos que olhem para vinha que ele plantou; é o ver. Depois, Jesus analisa a situação da vinha, é o julgar, e a 2ª leitura pede uma atitude, algo que possa transformar a situação da vinha par melhor: o agir.

2 - Frutos selvagens: sem sabor e azedos (ato penitencial)

Nas duas celebrações anteriores a essa (25º e 26º Domingos), refletimos a atitude do Senhor da vinha, convidando-nos a trabalhar na sua vinha, solicitando nossa colaboração para mudar a situação da vinha. Hoje, ele volta e pede que olhemos para a vinha, chamando atenção para ver a produção de uvas selvagens, uvas que sem gosto, amargas e sem aparência agradável. Numa palavra, frutos imprestáveis. Nosso ato penitencial falava de alguns desses frutos, como o individualismo e indiferença. Dois frutos que destroem a dinâmica da comunidade; frutos selvagens são aqueles frutos que nos fazem perder a referência fraterna na comunidade. Quando perdemos o respeito pelos outros, a comunidade produz frutos selvagens, amargos, azedos e sem aparência agradável. É muito amargo, é um azedume viver numa comunidade sem laços fraternos. Hoje, as leituras convidam cada um de nós para olhar para a vinha e analisar quais frutos estamos produzindo: frutos bons ou frutos amargos. Isso poderá ser feito também dentro de sua família: que frutos têm ali: selvagens, que torna o sabor da família amargo e azedo ou, frutos bons, nos quais viver em família é muito gostoso é saboroso?

3 - Animais pastando = perda dos sentimentos humanos

Outro simbolismo que aparece ao olhar para vinha está presente no salmo responsorial: os animais pastando na vinha, os animais entrando na vinha e destruindo tudo que vêem pela frente. É a imagem da agressividade, a violência bestial que entra na comunidade e pisoteia o que encontra pela frente. Também sobre isso fizemos referência, no ato penitencial, pedindo perdão pelas agressividades e violências que invadem e ameaçam a comunidade. Todas aquelas agressividades e violências que pisam nossas vidas e que tiram de nós, como pessoas e como comunidade, a dignidade humana e nos fazem viver no medo. Existem muitas formas de agressividades em nossos dias que, infelizmente, também estão presentes, aqui na comunidade {citar aqueles violências que mais aparecem na comunidade}. Vemos violências dentro de nossas casas, violências em nossas escolas, violências em nossas ruas. Violências que nos agridem e que nos prendem no medo de reagir em busca de um tempo novo, marcado pelo sabor de viver sem medo e sem ser agredido. A violência devasta a vinha e cria em nós o medo de realizar obras de bondade e o cultivo justiça.

4 - Desafio missionário: enviados a cultivar a vinha

Dentro do contexto daquele método que fiz referência no início da celebração – ver, julgar e agir – o profeta pede uma avaliação: o que eu não fiz pela minha vinha? Jesus pede um julgamento aos fariseus: o que vos parece? Hoje, as leituras pedem a nossa avaliação: o que podemos fazer com a vinha que cultivamos em nossa comunidade? Outubro é considerado o mês missionário. Missão tem a ver com envio: somos enviados a cultivar a vinha do Senhor. Nos Domingos anteriores a este, quando o Evangelho também proclamava a vinha do Senhor, refletimos que o jeito mais apropriado de viver a religião cristã é cultivando a vinha do Senhor. Nossa atividade (o agir) consiste justamente em cultivar os valores do Evangelho entre nós. Não existe jeito melhor de crer e participar da comunidade do que semear a justiça divina, cultivar a bondade entre nós, cultivar a fraternidade, cultivar a alegria e paz que afasta qualquer tipo de agressividade e violência... Isso é ser cristão, é ser discípulo de Jesus; é tornar-se missionário. Amém!


sexta-feira, 3 de outubro de 2008

LIVE TO LOVE, LOVE TO LIVE

I want you to listen and obey my Word,
I want you to accept me as your Lord and your God,
I want you to be Holy as I am Holy,
to be perfect as I am perfect, to be merciful as I am merciful.
I want you to honour and obey the mystical body of Christ the Church, by receiving the sacraments and by remaining faithful.
I want you to live to love and to love to live...

LITTLE FLOWER


Little flower, receive my Love.
The Love that I give you,
is to be given to others,
let it become Charity and Love for your neighbour...

LOVE

I have a word for you today, that word is Love. Love is the most powerful feeling, because I am Love. When you love you are proclaiming me.
Be open to my Love at all times, in all situations, with all kinds of people.
Love is the true mark, the stigmata of my true disciples, the great seal of the Holy Spirit. Without Love, there is nothing...



He will leave the vineyard to other tenants

Year A - 27th Sunday in ordinary time

Matthew 21:33-43

To explain the kingdom of heaven I have spoken in different parables, this one speaks of investments and profits.

There is no action without a reaction, just as there is no work without a reward. If men have the right to work and obtain their wages, to invest and receive their profits, is it not then appropriate for God to have the same rights and even higher?

I am the Word of God that when planted as a seed in the heart of man is destined to produce fruit and bring glory to my heavenly kingdom. It is because of the action of the evil one, the lures of the world, the pleasures, the worries, the entertainment and all the dissipations of earthly life that my word is not given a chance. In fact it is despised, rejected and eventually destroyed in the same way that I was personally rejected and put to death on the cross.

The Jewish people had waited for thousands of years for the coming of the Messiah, they were waiting for their liberator, but they were so caught up in their religious rituals that they were blind to my coming. I came humbly as one of them, I came to bring light to dissipate their darkness, but they rejected me and put me to death. They failed to produce the fruits that my word was supposed to receive from them; they failed me! They were the chosen ones, but they proved to be unworthy of my gifts, therefore my kingdom has been given now to those who listen to my word and put it into practice, regardless of their background. I have come to forgive sinners and to give to everyone the opportunity to be saved.

On the day of reckoning, every one will have to give an account of their talents. In the wonderful creation of God, man has been lavished with many gifts and talents; the greatest of them is my word, which serves to elevate man to the spiritual heights of salvation. Blessed is the man who listens to my words and puts them into practice, he is producing the fruits that I expect.

My word becomes a curse for those who reject it because I am the word and they are rejecting me, God himself.

Author: Joseph of Jesus and Mary