sábado, 28 de novembro de 2009

Beata Maria Helena Stollenwerk-Co-fundadora das Irmãs Missinárias Servas do Espírito Santo


No dia 28 de Novembro celebra-se a festa da Beata Maria Helena Stollenwerk. Helena nasceu no dia 28 de Novembro de 1852, numa aldeia do Eifel, na Alemanha. A sua infância foi marcada pela morte de seu pai e pelo cuidado com seus irmãos surdos-mudos. As leituras sobre as missões em países não evangelizados tocou Helena profundamente.
MISSIONÁRIA E FUNDADORA
Desde a infância, Maria Helena sente o chamamento para a missão e a sua felicidade consiste na realização desta aspiração. Para Helena, o essencial do seu chamamento é o aspecto missionário: ser enviada à China, para ali doar a vida.
Através da experiência de Deus, feita na primeira visita a Steyl, sente-se encorajada a procurar ali a realização do chamamento missionário. É o próprio Deus que lhe revela, por experiências interiores, guia-a sempre de novo e confirma-a no chamamento missionário. Nela se resume o carisma missionário e o da contemplação. Os diretores espirituais também reconhecem nela essa tendência contemplativa. Maria Helena procura aprofundar, cada vez mais, nas irmãs, o amor à vocação religiosa-missionária. Ela escreve às Irmãs: “Não deixemos de agradecer, nem em um só dia, do fundo do coração, pela grande graça de sermos irmãs missionárias. Alegrai-vos, porque Deus nos escolheu.”
Também entende a passagem à clausura como uma entrega para a missão.
Agora, em cada momento livre, quer levantar o coração e as mãos a Deus, para que Ele abençoe o trabalho das missionárias. Afirma, várias vezes, que ama a vocação missionária e que somente dá o passo para a clausura, porque reconhece nisso a vontade de Deus. A experiência de Deus em Helena é, intimamente relacionada com a experiência do chamamento missionário.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

OFERTA DA VIÚVA (LC. 21, 1-4)

A fala de Jesus sobre o gesto da viúva está em continuidade a sua denúncia sobre o templo, usado como instrumento de comércio e enriquecimento.A pobre viúva, como as multidões de empobrecidos que faziam sua peregrinação religiosa a Jerusalém, sacrificava-se tirando o necessário para viver, sendo assim explorada por aqueles que possuíam das abundâncias acumuladas no Tesouro do templo.Com a opção fundamental pelo serviço, Jesus nos inspira à prática amorosa da partilha e da solidariedade, na construção do mundo novo possível.

sábado, 21 de novembro de 2009

CRISTO REI DO UNIVERSO

Jo. 18,33b-37

Eu Sou Rei
Apesra de estar preso e abandonado pelos amigos afirma que é rei.

Sou Rei, mas não deste mundo.
Para que não haja confusões, afirma que não pretende poder, riquezas, armas.

Vim para dar testemunho da verdade.
Afirma que veio para anunciar um projecto novo de salvação para o mundo.

Aquele que é da verdade, escuta a minha voz.
Pertence ao seu reino todas as pessoas que buscam a verdade e a encontrem no seu Evangelho.

Cristo Rei no trono da cruz.
Não se dispersou de sacrifícios e trabalhos, não se furtou à humilhação e escárnio, não recusou fazer-se um de nós e, contudo, é Rei


sábado, 14 de novembro de 2009

ANO B, 33º DOMINGO DO TEMPO COMUM

EVANGELHO – Mc 13,24-32

A linguagem que Marcos vai utilizar para descrever a falência dos impérios que lutam contra Deus e contra os seus santos. Trata-se de uma linguagem tradicional que, no entanto, é perfeitamente perceptível para leitores de Marcos. No mundo grego, por exemplo, o sol e a lua (“Élios”, e “Selénê”) eram adorados como deuses; e, no mundo romano, o imperador identificava-se como “o sol”

A mensagem é evidente: está para acontecer uma viragem decisiva na história; a velha ordem religiosa e política, os poderes que se opõem a Deus e que perseguem os santos, irão ser derrubados, a fim de darem lugar a um mundo novo, construído de acordo com os critérios e os valores de Deus. Marcos não se refere, aqui, àquilo que nós costumamos chamar “o fim do mundo”; mas refere-se, genericamente, à vitória de Deus sobre o mal que oprime e escraviza aqueles que optaram por Deus e pelas suas propostas.

A queda desse mundo velho aparece associada à vinda do Filho do Homem (vers. 26). A imagem leva-nos a Dn 7,13-14, onde se anuncia a vinda de um “Filho do Homem” “sobre as nuvens do céu” para afirmar a sua soberania sobre “todos os povos, todas as nações e todas as línguas”. O “Filho do Homem, cheio de poder e de glória, que virá “reunir os seus eleitos” (vers. 27), não pode ser outro senão Jesus. Com esta imagem, Marcos assegura aos crentes o triunfo definitivo de Cristo sobre os poderes opressores e a libertação daqueles que, apesar das perseguições, continuaram a percorrer com fidelidade os caminhos de Deus.

A mensagem proposta por Marcos aos seus leitores é clara: espera-vos um caminho marcado pelo sofrimento e pela perseguição; no entanto, não vos deixeis afundar no desespero porque Jesus vem. Com a sua vinda gloriosa (de ontem, de hoje, de amanhã), cessará a escravidão insuportável que vos impede de conhecer a vida em plenitude e nascerá um mundo novo, de alegria e de felicidade plenas. O quadro destina-se, portanto, não a amedrontar, mas a abrir os corações à esperança: quando Jesus vier com a sua autoridade soberana, o mundo velho do egoísmo e da escravidão cairá e surgirá o dia novo da salvação/libertação sem fim.

Na segunda parte do nosso texto (vers. 28-32), Jesus responde à questão posta pelos discípulos em Mc 13,4: “Diz-nos quando tudo isto acontecerá e qual o sinal de que tudo está para acabar”.
Para Jesus, mais importante do que definir o tempo exacto da queda do mundo velho é ter confiança na chegada do mundo novo e estar atento aos sinais que o anunciam. O aparecimento nas figueiras de novos ramos e de novas folhas acontece, sem falhas, cada ano e anuncia ao agricultor a chegada do Verão e do tempo das colheitas (vers. 28-29); da mesma forma, os crentes são convidados a esperar, com confiança, a chegada do mundo novo e a perceber, nos sinais de desagregação do mundo velho, o anúncio de que o tempo da sua libertação está a chegar. Certos da vinda do Senhor, atentos aos sinais que O anunciam, os crentes podem preparar o seu coração para O acolher, para aceitar os desafios que Ele traz, para agarrar as oportunidades que Ele oferece.

Não há uma data marcada para o advento dessa nova realidade (vers. 32). De uma coisa, no entanto, os crentes podem estar certos: as palavras de Jesus não são uma bela teoria ou um piedoso desejo; mas são a garantia de que esse mundo novo, de vida plena e de felicidade sem fim, irá surgir (vers. 31).

• Os cristãos, convictos de que Deus tem um projecto de vida para o mundo, têm de ser testemunhas da esperança. Esse Deus que não abandona os homens na sua caminhada histórica vem continuamente ao nosso encontro para nos apresentar os seus desafios, para nos fazer entender os seus projectos, para nos indicar os caminhos que Ele nos chama a percorrer. Da nossa parte, precisamos de estar atentos à sua proximidade e reconhecê-l’O nos sinais da história, no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e que buscam a libertação. O cristão não pode fechar-se no seu canto e ignorar Deus, os seus apelos e os seus projectos; mas tem de estar atento e de notar os sinais através dos quais Deus Se dirige aos homens e lhes aponta o caminho do mundo novo.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

There is no one found to return and give glory to God, but this stranger.

Luke 17:11-19

I listen to every prayer and I always consider it, I may substitute what is asked for something different because it is more in conformity with my will, but I assure you, there is always an answer to every prayer.

I am satisfied with the just man who prays with praise and adoration, who brings humbly his needs before me and who is thankful to receive everything from my hands. You are giving glory to God every time you are grateful for all your goods, for your life, and for the salvation that I have promised.

Give thanks to the Lord, for He is good. His love is everlasting.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

My Temple to be a Place of Sanctification

I desire my temple to be a place of sanctification. The human body is a temple of the Holy Spirit. My spirit is the light that guides human beings towards their liberation from the slavery of sin. My wisdom invites everyone to the way of goodness but is jealously opposed to the spirit of the world.

I knock at the door and call, I show my way and I invite you to walk it, I show you the error of the things of the world and I point to the truth, I warn you about the perdition of the soul and I offer eternal life.

Become true temples of my Spirit, Stay in my Presence, do always what is right, obey the commandments, cast out all the evil spirits of the world, the devil and the flesh; stay away from so much unnecessary dissipation and maintain a clean house for your Lord.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

HIS COMMANDMENTS


To love God is to keep His commandments,
and they are to love Him above all things and to love one another.
We know that we are loving God when we care for others,
when we practice the golden rule [Mt. 7:12] "
Do to others as you would like them to do to you"

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Graças Te damos Senhor pelo DOM da Vida da Ir. Quintinha, Missionárias Servas do Espírito Santo

Aqui estou Senhor,
para Te agradecer pelo DOM da minha vida
Pelo DOM da minha vocação consagrada


"Senhor, a ti pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam. Graças te rendemos porque somos parte de tua criação maravilhosa. Senhor, tu nos fizeste e nos amas. Tu és a nossa rocha e a nossa fortaleza. Recebe, Senhor, toda a nossa gratidão"!
Agradecemos pela vida

* "Então formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente".
* Disse Jesus:"Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância".
* Nós te agradecemos, ó Senhor, pelas vitórias que nos dás por intermédio de Cristo Jesus.
* Nós te agradecemos pelas alegrias que nos tens proporcionado, porque na tua destra há delícias perpetuamente.
* Agradecemos-te pela oportunidade que nos dás de usarmos nossa vida cooperando na expansão do teu reino aqui na terra.
Graças Senhor Deus Te damos graças
*Graças Senhor, pelo dom da vida! Pelo amanhecer e respirar o ar da natureza;

*Graças Te dou, Senhor, porque és bom,
porque é constante e eterno o teu amor para comigo

*Graças Te dou, Senhor,
Deus de tudo, que intervéns em toda a minha vida,
Pelo bem que revelou pela vocação missionária consagrada.

*Pelas bênçãos derramadas, Pelo amor que é sem medida, Pela paz no coração.

* Pelo facto de existir, por ser quem sou.

Pelas experiências passadas;Pela ternura que me oferece e pelo carinho.
pela família querida, que trago no coração.Por todos que fazem parte da minha vida

Senhor, diante de Ti somos pó, somos frágeis. Aceita o nosso coração de barro, infunde em nós o Teu alento e tem compaixão de nós que esperamos em Ti. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, que é Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo. Ámen

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

VINDE A MIM TODOS


Cabemos todos no Coração de Cristo.

Ele pensa em cada um de nós mais do que a mãe no seu filho único.

O Bom Pastor a todos chama, a todos busca, por todos dá a vida.

Jesus diz; aprendei de Mim... (Mt, 11-29)

Cristo é o Modelo que devemos seguir. Dá-nos exemplo de todas as virtudes. Corrigir-se dos efeitos é uma carga demasiado pessada quando entregues a nós próprios. mas tendo que a Sua carga é leve. Deus fes-Se homem e viveu como nós para que nós pudessemos salvar-nos imitando a sua maneira de viver. A nossa vida só tem sentido quando seguimos Cristo.

Cristo é o Mestre de toda a virtude. Duas virtudes há, porém, a que atribui particular importância: a mansidão e a humildade. E devemos sentir a necessidade de Deus, sujeitando-nos humildemente à Sua Vontade. Deus põe ao nosso alcance os meios para construir o nosso destino. Somente assim se ama Deus e se mantém o coração em paz.

domingo, 1 de novembro de 2009

Difusor universal da Mensagem de Fátima

Um dos “grandes arautos” da Mensagem de Fátima. Foi assim que D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, definiu o Pe. Luis Kondor. Na homilia das exéquias, o prelado de Leiria sublinhou que o antigo Vice-Postulador da Causa da Canonização dos Pastorinhos de Fátima promoveu a “difusão universal” com a publicação das “Memórias da Irmã Lúcia” e do “Boletim dos Pastorinhos” em várias línguas e através das suas viagens a vários países.

Aos pastorinhos dedicou “especial afecto, tomando a peito a causa da sua beatificação e canonização e difundindo a sua espiritualidade. Considerava a santidade dos pastorinhos como «um dos mais belos frutos da Mensagem de Fátima»” – afirmou. E acrescenta: o nosso Pe. Kondor fica indelevelmente ligado à história de Fátima. E Fátima, pela voz do seu bispo e pela vossa presença, exprime-lhe hoje, de modo particular, toda a sua imensa gratidão, na hora da despedida”.As celebrações fúnebres decorreram na Igreja da Santíssima Trindade, em Fátima, com a presença de muitos sacerdotes.

Na homilia, D. António Marto recordou alguns diálogos recentes com o Pe. Luis Kondor. “Confidenciou-me: Quero viver este sofrimento como oferta de reparação tal como os pastorinhos”. E numa outra vez perguntou-me: “que posso ainda fazer, assim, pela Diocese”? Ao que eu lhe respondi: “Ofereça o seu sofrimento pelo dom das vocações sacerdotais de que a Diocese tanto precisa”. “Sim, sim”, foi a sua resposta serena, como quem se sente em paz”.

Até ao fim, manifestou o seu profundo amor pela Igreja. Neste momento, “é nosso dever reconhecê-lo como um grande benfeitor da Diocese de Leiria-Fátima e da Igreja em Portugal” E finaliza: “Com os seus vastos contactos internacionais conseguiu grandes ajudas para muitas dioceses, paróquias, seminários, mosteiros e causas sociais. A Igreja em Portugal fica-lhe muito grata e não o esquecerá.

Nacional Luís Filipe Santos 2009-10-30 13:29:56 2431 Caracteres Pastorinhos de Fátima, Santuário de Fátima

Um arauto da Mensagem de Fátima

Homilia de D. António Marto nas celebração das exéquias do Pe. Luis Kondor

Estamos aqui recolhidos para celebrar a Santa Missa de sufrágio e despedida pelo nosso querido irmão P. Luís Kondor, sacerdote da Congregação do Verbo Divino, radicado em Fátima há cinquenta e cinco anos, conhecido em toda a parte como Vice-Postulador da Causa da Canonização dos Pastorinhos.Somos muitos hoje a viver este momento e esta experiência de fé. Nós, aqui presentes, e muitos outros de longe manifestaram as suas condolências à Congregação e à Diocese, declararam a sua estima, asseguraram a sua oração. Quero deixar aqui expresso o meu agradecimento à Congregação do Verbo Divino, aos médicos e a toda a equipa do secretariado da Vice-Postulação, que o assistiram com tanta dedicação na fase do seu sofrimento.No sacramento do Corpo e Sangue do Senhor, que celebramos, está presente e unida a Cristo Sacerdote toda a vida e toda a missão do P. Kondor. Queremos assim confiá-lo ao Senhor, em grande acção de graças pelo dom do seu sacerdócio exercido ao longo de cinquenta e seis anos, deixando-nos iluminar pela Palavra de Deus.

1. Arauto da Mensagem de Graça e Misericórdia através do mundoNo Evangelho ouvimos o grande poema do Magnificat, que brotou dos lábios e do coração de Maria, inspirada pelo Espírito Santo.Começa com a palavra Magnificat: a minha alma “engrandece” o Senhor, isto é, proclama a grandeza do Senhor. Maria deseja que Deus seja grande no mundo, grande na sua vida, presente e grande no meio de todos nós. Ela sabe que se Deus é grande, também nós somos grandes; Ele faz em nós maravilhas de graça. A nossa vida não é oprimida, mas antes elevada e dilatada: torna-se grande na beleza e grandeza do Amor, da Bondade e da Misericórdia de Deus. Só se Deus é grande, também o homem é grande!Mas quando Deus é esquecido ou marginalizado, o homem não se torna mais grande. Ao contrário, perde o sentido da sua própria dignidade divina, perde o esplendor de Deus sobre o seu rosto e pode ser marginalizado, usado e abusado, ferido e oprimido na sua dignidade, como nos confirmam os mais trágicos acontecimentos do século XX e outros deste nosso tempo.No poema do Magnificat, Maria, guardando e meditando os acontecimentos da própria existência, descobre neles, de modo cada vez mais profundo, o misterioso desígnio de Deus para a salvação do mundo. Proclama a Sua grande Misericórdia que se estende de geração em geração.Nas Aparições em Fátima, Nossa Senhora fez ecoar, de novo, precisamente esta mensagem do Magnificat para a humanidade do século XX, em risco de afundar-se no abismo infernal da autodestruição, e para a Igreja ferozmente perseguida para ser aniquilada.Foi esta beleza e grandeza da graça e da misericórdia de Deus que fascinou os pequenos videntes, os pastorinhos, e os atraiu para o caminho da santidade.

Foi esta mensagem que o P. Kondor, vindo do Leste, percebeu, com particular acuidade, na sua relevância e urgência para a Igreja, para o mundo e para a vida cristã. Por isso se tornou um dos grandes arautos da Mensagem, com uma íntima, profunda e total dedicação. Promoveu a sua difusão universal com a publicação das “Memórias da Irmã Lúcia” e do “Boletim dos Pastorinhos” em várias línguas e através das suas viagens a vários países.

Aos pastorinhos dedicou especial afecto, tomando a peito a causa da sua beatificação e canonização e difundindo a sua espiritualidade. Considerava a santidade dos pastorinhos como “um dos mais belos frutos da Mensagem de Fátima”.

O nosso caro P. Kondor fica indelevelmente ligado à história de Fátima. E Fátima, pela voz do seu bispo e pela vossa presença, exprime-lhe hoje, de modo particular, toda a sua imensa gratidão, na hora da despedida.

2. O Amor ao Coração Imaculado de Maria e à IgrejaA página do Apocalipse, que escutámos na primeira leitura, ilumina um outro aspecto da Mensagem de Fátima.O vidente do livro do Apocalipse oferece à nossa meditação o drama da história, sob a figura simbólica da luta entre o dragão sanguinário e a mulher indefesa.

O dragão é a representação impressionante e inquietante de todos os poderes da violência do mundo. Parecem invencíveis! Mas a figura da “mulher vestida de sol e coroada de doze estrelas”, indefesa e vulnerável, que é a Igreja e que é Maria rodeada por toda a Igreja (simbolizada nas doze estrelas), diz-nos que esses poderes não são invencíveis. Porque a misericórdia de Deus é mais forte que o poder do mal, vence o amor e não o ódio; e por fim vence a paz.

O que parece impossível aos homens é possível a Deus.Também em Fátima, Nossa Senhora trouxe à humanidade em guerra e à Igreja esta mesma mensagem de conforto, de consolação e de esperança, com a linguagem do seu Coração Imaculado de Mãe que sente as dores dos filhos: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”! Como quem diz: tende coragem, tende confiança; no fim vencerão o Amor e a Paz!Mas, ao mesmo tempo convida-nos a colaborar nesta tarefa através da “reparação” pelo(s) pecado(s) do mundo, através da oração, da adoração, da penitência. È um convite a entrar no Oceano do Amor divino como resistência e não capitulação à banalidade e fatalidade do mal; a assumir a nossa responsabilidade no serviço à vitória do amor, do bem e da paz; a transformar o mundo começando por nós mesmos.Assim o entendeu o nosso caro P. Kondor, devoto profundo do Coração Imaculado de Maria.

Para ele, a “reparação” constituía o núcleo da Mensagem da Senhora. Deixou pronto um livro sobre o tema, para publicação póstuma, onde escreve: “Consagração (ao Coração Imaculado de Maria), reparação e santificação são expressões que significam a mesma coisa e devem ser realizadas, necessariamente, em profunda comunhão e harmonia com a totalidade da pessoa humana”.Era algo que ele mesmo vivia. Numa visita que lhe fiz na fase final da doença confidenciou-me: “Quero viver este sofrimento como oferta de reparação tal como os pastorinhos”.

E numa outra vez perguntou-me: “que posso ainda fazer, assim, pela Diocese”? Ao que eu lhe respondi: “Ofereça o seu sofrimento pelo dom das vocações sacerdotais de que a Diocese tanto precisa”. “Sim, sim”, foi a sua resposta serena, como quem se sente em paz.Até ao fim, manifestou o seu profundo amor pela Igreja. Neste momento, é nosso dever reconhecê-lo como um grande benfeitor da Diocese de Leiria-Fátima e da Igreja em Portugal.

Com os seus vastos contactos internacionais conseguiu grandes ajudas para muitas dioceses, paróquias, seminários, mosteiros e causas sociais. A Igreja em Portugal fica-lhe muito grata e não o esquecerá.

3.Na companhia gozosa de Nossa Senhora e dos PastorinhosFinalmente, no texto da primeira Carta aos Coríntios, um grande mistério de amor é proposto à nossa contemplação: Cristo vence a morte com o seu amor! Só o amor nos faz entrar no Reino da Vida definitiva e plena. Recorda-nos que quem vive e morre no amor de Deus e do próximo será transfigurado à imagem do Corpo glorioso de Cristo ressuscitado.

Compreendemos que o nosso morrer não é o fim, mas o ingresso na Vida que não conhece mais a morte, nem o luto, nem a dor.Com este olhar de fé e de esperança vemos agora o nosso P. Kondor: vivo para sempre no coração beatificante de Deus, na plena comunhão dos santos, contemplando e saboreando, na companhia gozosa de Nossa Senhora e dos pastorinhos, toda a beleza do Rosto e toda a riqueza do Amor misericordioso de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo!

D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima; 30 de Outubro de 2009