quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

BENTO XVI PROPÕE JEJUM COMO AJUDA PARA SACIAR FOME DE DEUS

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 3 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).-

O valor e o sentido do jejum como «uma arma espiritual» é a proposta que Bento XVI apresenta em sua mensagem para esta Quaresma. O documento foi apresentado nesta terça-feira, em uma coletiva de imprensa na Santa Sé.

«Podemos perguntar-nos que valor e que sentido tem para nós, os cristãos, privar-nos de algo que em si mesmo seria bom e útil para nosso sustento», pergunta-se o Santo Padre em sua mensagem.

Deste modo, em sua proposta para a Quaresma, que começará no dia 25 de fevereiro – Quarta-Feira de Cinzas – e se estenderá até 5 de abril – Domingo de Ramos –, ele se detém a analisar o sentido que esta prática teve tanto no Antigo como no Novo Testamento.

A visão cristã

O pontífice mostra como Jesus fala do verdadeiro jejum, que consiste «em cumprir a vontade do Pai Celestial», exemplo que também dá ao responder a Satanás, que durante 40 dias no deserto diz que «não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus».
O Papa declara desta maneira que o verdadeiro jejum «tem como finalidade comer do alimento verdadeiro, que é fazer a vontade do Pai».

«Com o jejum, o crente deseja submeter-se humildemente a Deus, confiando em sua bondade e misericórdia», sublinha.

A desvalorização do jejum

O jejum hoje «perdeu um pouco do seu valor espiritual», declara depois a mensagem, pois muitas vezes se reduz a uma «medida terapêutica para o cuidado do próprio corpo».
Bento XVI assinala que a prática do jejum contribui para «dar unidade à pessoa, corpo e alma, ajudando-a a evitar o pecado e a crescer na intimidade com o Senhor».
«Privar-se do alimento material que nutre o corpo facilita uma disposição interior a escutar Cristo e a nutrir-se de sua palavra de salvação» e assegura que com esta prática, junto com a da oração, nós «lhe permitimos que venha saciar a fome mais profunda que experimentamos no íntimo de nosso coração».

O Santo Padre ressalta também o significado social do jejum, dizendo que este «nos ajuda a tomar consciência da situação na qual vivem muitos de nossos irmãos».
Por isso, exorta as paróquias «a intensificar durante a Quaresma a prática do jejum pessoal e comunitário, cuidando desta forma da escuta da Palavra de Deus, da oração e da esmola».
O Papa assegura que esta prática é «uma arma espiritual para lutar contra qualquer possível apego desordenado a nós mesmos».

Desta forma, ajuda «o discípulo de Cristo a controlar os apetites da natureza debilitada pelo pecado original, cujos efeitos negativos afetam toda a personalidade humana».
Em definitivo, graças ao jejum, para o pontífice a Quaresma é o tempo ideal «para afastar tudo o que distrai o espírito e para intensificar o que alimenta a alma e a abre ao amor de Deus e do próximo».

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