terça-feira, 30 de março de 2010

BENTO XVI: AMAR O PECADOR, CONDENAR O PECADO

Palavras do Papa ao recitar a oração do Angelus

CIDADE DO VATICANO, domingo, 21 de março de 2010 (ZENIT.org).- Às 12 horas de hoje, quinto domingo de Quaresma, o Santo Padre Bento XVI foi à janela de seus aposentos no Palácio Apostólico Vaticano para recitar a oração do Angelus junto aos fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.
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Caros Irmãos e Irmãs!

Estamos reunidos neste Quinto Domingo de Quaresma, cuja liturgia nos propões, neste ano, o episódio evangélico em que Jesus salva uma mulher adúltera condenada à morte (Jo 8,1-11). Enquanto ensinava no Templo, os escribas e fariseus conduzem a Jesus uma mulher flagrada em adultério, para o qual a lei mosaica previa a pena de apedrejamento. Estes homens pedem a Jesus que julgue a pecadora, com o intuito de testá-lo e de induzi-lo a se contradizer.

A cena é carregada de dramaticidade: das palavras de Jesus depende a vida daquela pessoa, mas também sua própria vida. Os acusadores hipócritas, de fato, fingem confiar a ele o juízo, quando, na verdade, é justo Ele a quem pretendem condenar. Jesus, porém, “é cheio de graça e de verdade” (Jo 1,14): Ele sabe o que está no coração de cada homem, quer condenar o pecado, mas quer salvar o pecador, e desmascarar a hipocrisia.

O evangelista São João dá destaque a um ponto em particular: enquanto os acusadores o interrogam com insistência, Jesus se agacha e se põe a escrever com o dedo na terra. Observa Santo Agostinho que este gesto mostra Cristo como legislador divino: de fato, Deus escreveu a lei com seu dedo sobre as tábuas de pedra (cfr Comm. al Vang. di Giov., 33, 5). Jesus, portanto, é o Legislador, é a Justiça em pessoa. E qual é sua sentença? “Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra!”. Estas palavras estão plenas da força desarmante da verdade, que abate o muro da hipocrisia e abre a consciência a uma justiça maior, aquela do amor, à qual corresponde o pleno cumprimento de qualquer preceito (cfr Rm 13,8-10). Foi a justiça que salvou Paulo de Tarso, transformando-o em São Paulo (cfr Fil 3,8-14).

Quando os acusadores “foram saindo um por um, a começar pelos mais velhos”, Jesus, absolvendo a mulher de seu pecado, a introduz em uma nova vida, orientada para o bem: “Eu também não te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais”. É a mesma graça que fará o Apóstolo dizer: “uma coisa, porém, faço: esquecendo o que fica para trás, lanço-me para o que está à frente. Lanço-me em direção à meta, para conquistar o prêmio que, do alto, Deus me chama a receber no Cristo Jesus” (Fil 3,14).

Deus deseja para nós apenas o bem e a vida; Ele provê a saúde de nossa alma por meio de seus ministros, libertando-nos do mal com o Sacramento da Reconciliação, para que nenhum venha a se perder, mas que todos tenhamos meios de nos convertermos. Neste Ano Sacerdotal, desejo exortar os Pastores a imitarem o santo Cura d’Ars no ministério do Perdão sacramental, para que assim os fiéis redescubram seu significado e sua beleza, e sejam curados pelo amor misericordioso de Deus, o qual “é capaz até de esquecer voluntariamente o pecado, para nos perdoar” (Carta de proclamação do Ano Sacerdotal).

Caros amigos, aprendamos com o Senhor Jesus a não julgar e não condenar o próximo. Aprendamos a ser intransigentes com o pecado – a começar pelo nosso! – e indulgentes para com as pessoas. Que nos ajude a santa Mãe de Deus, que, isenta de toda culpa, é mediadora de graça para todo pecador arrependido.

sábado, 13 de março de 2010

He was lost, and is found

Luke 15:1-3 11-32 The Pharisees and the Scribes were very critical of all my activities, especially when I did not follow their customs as strictly as they expected me to. I was the perfect man, the Christ. There was something mysterious in me that they could not work out. I was the Son of God and the Redeemer and my message was everything that they needed to hear. But because of their pride they preferred to become my enemies, so in my mission as the merciful Savior of the world, I put before them the parable of the prodigal son.

What I am trying to illustrate is the reality of the life of men. I have created human beings with great love; they have become my children. It is very tragic to see how a man leaves me and turns away from good to end up living in sin, destroying his body and soul, corrupting himself and others and wasting the talents that I have given him.

He even complains about the divine providence failing him because he fails to see the damage he is doing to himself and neglects to understand the goodness of my generosity. I am your heavenly Father, the one who does not look so much to your sins but to my goodness and mercy. I desire to forgive sinners when they repent.

It is of course necessary that man abandon his evil conduct by repentance and start looking for the fountain of mercy that I have made available in my forgiveness. When someone is living in sin, he is dead to me. When he repents and comes back to me he is alive, I rejoice with his repentance, he is welcome back as my son.

For this reason I invite everyone to pray for sinners to repent so that they may also enjoy the benefits of my goodness. I am not a punitive God, I am the tender Father who has been abandoned by his children, my love is a fire burning constantly in my heart and I desire for all of you to be close to me.

quarta-feira, 10 de março de 2010

A VIDA RELIGIOSA:UM JOGO NO JOGO DA VIDA

A vida religiosa é uma aposta num sentido da vida, numa esperança de que o essencial que nos torna humanos, que nos faz viver tem de entrar no “jogo” da vida. Nossos sonhos de amor não podem ser apenas os sonhos do sono, mas ensaios de realidade, de descoberta da maravilha frágil, efêmera que somos e do direito que todos temos de fazer desabrochar ao máximo a força da vida em nós.

Mas isso tudo é a vida religiosa que conhecemos, mas simplesmente a vida humana que busca seu próprio sentido, diriam vocês. Ora, é justamente isso que necessitamos. Tocar em primeiro lugar na religiosidade da vida humana, no seu mistério que se abre em sentido… Depois “montaremos” as formas de nosso “jogo” e nos apaixonaremos por ele como obra nossa, como arte nossa, como chamado da vida que habita… E seremos capazes de desmanchar o “jogo” quando ele nos levar à idolatria, sobretudo a idolatria religiosa que se crê obra dos deuses e não obra do corpo humano, obra da paixão humana pela vida.

A arrumação do “novo jogo” vai depender muito de nossa coragem interior de enfrentar a beleza e a fragilidade da vida buscando nesse efêmero e nesse frágil seu sentido, sua finalidade… Se houver mais, este mais nos escapa, este mais permanece como reserva desconhecida presente no mistério que nos envolve.

Reconheço que meu discurso é inadequado para a maioria dos religiosos, para os profissionais da religião, para os eclesiásticos porque toca nos “sonhos” tornados realidades ideais, sonhos que sustentam sua vida e os levam a impor esta visão aos outros. Meu pensamento pode parecer até anárquico, pois desarruma coisas tradicionais, adquiridas, consagradas, legalizadas, reconhecidas por muita gente. Mas, sei também que há algumas pessoas que sentem o peito oprimido, que buscam mais oxigênio, mais espaço, mais liberdade e que arriscam viver na incomoda situação de insegurança mesmo dentro das instituições as que pertencem.

Proponho um movimento de purificação interior, de enfrentamento com as construções do real que fizemos e que supostamente parecem sustentar nossa vida. Proponho a incomoda “coragem de ser” para além das cordas que tecemos para sustentar nossa vida. Proponho a coragem criadora de nos perguntarmos sobre os sentidos que construímos para nossa vida ou que simplesmente aceitamos de outros.

Gebara, Vida Religiosa, São Paulo, Paulinas

segunda-feira, 8 de março de 2010

Minha Paixão te conforte

Minha Alma é tua santidade.
Meu Corpo, a tua salvação.
Meu Sangue te inebrie.
A água do meu Coração te purifique.
Minha Paixão te conforte.
Minha Bondade te ouvirá.
Dentro de minha Chagas eu te esconderei.
E não permitirei que te separes de Mim.
Eu te defenderei do inimigo maligno.
Na hora de tua morte, te chamarei,
e até Mim te atrairei,
para que me louves com os meus santos,
por toda a eternidade!
Amém!