sábado, 25 de abril de 2009

3ª Semana de Pascoa

Evangelho de São João, 20
1 - Último Domingo testemunhando a Ressurreição

Desde a Vigília Pascal, passando pelo Domingo da Páscoa e pelo 2º Domingo da Páscoa, estamos ouvindo relatos evangélicos sobre a Ressurreição de Jesus. Hoje, é o último Domingo, nos quais estes relatos são mencionados em nossas celebrações pascais. A partir do próximo Domingo, a Liturgia nos conduzirá a experimentar modos diferentes de viver unidos a Jesus ressuscitado, tanto pelo seguimento qual ovelha que ouve e conhece a voz do bom pastor, como em viver tão unidos a Jesus, como os ramos de uma videira estão ligados ao tronco principal. Hoje, portanto, fechamos um primeiro ciclo de reflexões sobre o anúncio explícito da Ressurreição de Jesus. Um ciclo importante porque as leituras que ouvimos chamam nossa atenção para duas certezas que comprovam a Ressurreição do Senhor: a certeza histórica e a certeza do corpo ressuscitado.

2 - Certeza histórica da Ressurreição de Jesus

A certeza histórica da Ressurreição encontra-se na 1ª leitura, no discurso que Pedro faz ao povo, falando sobre a Ressurreição de Jesus. É um discurso que deve ser lido em continuidade com o discurso, feito pelo mesmo Pedro, que ouvimos no Domingo passado. Esse discurso traz elementos históricos inegáveis, como por exemplo, o julgamento de Jesus realizado por Pilatos, os padecimentos que o Senhor sofrera e, por fim a sua morte. Todos os ouvintes sabiam do que Pedro estava falando, a grande maioria deles, provavelmente, tinha sido testemunha ocular de tudo que acontecera com Jesus. Era, portanto, um dado histórico. Agora, Jesus ressuscita e isso pode ser provado historicamente, porque, como diz o Evangelho, ele apareceu aos discípulos, conversou com eles e, até mesmo, fez refeição com eles. Pedro diz que ele e os discípulos comeram e beberam com Jesus depois que ele havia ressuscitado dos mortos. Trata-se, portanto, de um dado historicamente comprovado, mesmo porque não fora somente Pedro que vira Jesus; muitos outros irmãos, como diz uma passagem da Escritura também vira Jesus ressuscitado. Por isso, podemos dizer que existe a certeza histórica da Ressurreição de Jesus.

3 – Certeza do corpo Ressuscitado de Jesus

Além da certeza histórica, nós nos deparamos, hoje, com outra certeza: a certeza do corpo do Ressuscitado. É um dado importante porque precisamos lembrar que a primeira dedução que as mulheres tiraram, ao verem o túmulo aberto, é que Jesus havia sido roubado. Os próprios sacerdotes, e as autoridades religiosas e civis dos judeus, temiam que os discípulos fossem roubar o corpo de Jesus e espalhassem a notícia de sua Ressurreição. Quando os soldados contaram aos seus superiores o que acontecera três dias depois da morte de Jesus, eles foram pagos para mentir e dizer que os discípulos roubaram o corpo, enquanto eles dormiam. Estes fatos e estes dados mostram que é importante considerar a certeza do corpo do Ressuscitado. Jesus faz questão de colocar tal certeza na mente dos discípulos quando permite que Tomé o toque, como celebramos no Domingo passado; quando pede que os discípulos venham até ele para, igualmente, tocá-lo; quando mostra seu lado aberto e suas mãos e pés transpassados pelos pregos da Cruz e, finalmente, quanto pede alguma coisa para comer. Tudo, repito, para colocar a certeza que ele era o mesmo Jesus. É claro que seu corpo, desde então, era glorificado porque passara pela morte e Deus o ressuscitara, mas continuava tendo o corpo humano, marcado pelos cravos da Cruz.

4 – Enviados a testemunhar com palavras e obras

Três elementos nortearam esta nossa reflexão: a ressurreição de Jesus, a certeza histórica da sua ressurreição e a certeza do corpo do Ressuscitado. Estas três realidades fazem brotar nos discípulos das primeiras comunidades o apostolado, a missão e o testemunho. As leituras que ouvimos apontam para dois modos de testemunhar: O testemunho por palavras e pregações, como no exemplo da pregação de Pedro, na 1ª leitura, e o testemunho por atitudes que estejam fundamentadas no amor, uma vez que é no amor que participamos da vida divina, escreve João na 2ª leitura. Hoje, o Evangelho nos propõe novamente a certeza da Ressurreição de Jesus e nos incentiva a testemunhar essa Ressurreição com palavras e obras. Outro incentivo que vem da Palavra dessa celebração é o estudo, a procura intelectual para conhecer os mistérios de Deus. Todas as leituras mencionam que os acontecimentos em torno da Ressurreição de Jesus estão presentes nas Sagradas Escrituras, como que pedindo para ler e estudar as Escrituras buscando compreender o modo divino de agir e aumentando em nós a certeza de que, realmente, o Senhor está vivo, ressuscitado entre nós. Amém!
(Reflexão do Padre Gregório Olapito, SVD)

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