sexta-feira, 24 de junho de 2011

Sereis santos, porque eu sou SANTO” (Lev. 11,45).

Ser santo é ser dócil para “deixar-se conduzir” pelos impulsos de Deus, por onde muitas vezes não sabemos e não entendemos. Seus caminhos não são os nossos caminhos. Este “deixar-se levar” pela mão providente de Deus é uma ousadia. Na vida espiritual a liberdade tem que ser ousada, mas a maior ousadia é “deixar-se levar”.

O mundo moderno exige uma nova forma de santidade: a santidade da “vida quotidiana”, da resposta à Providência divina em meio às rotinas do tempo, uma caridade tecida nos pequenos gestos cotidianos.

Surge a imagem de um(a) santo(a) que é filho(a) do momento e da situação presente... cujo agir se processa no mundo em que está encarnado. Não é o trivial ou o excepcional que distingue a santidade do ato: o que importa é sua correspondência à Vontade de Deus expressa na situação concreta.

O(a) inaciano(a) que passou pela experiência dos Exercícios, é aquele(a) que, na “loucura santa”, revela uma pulsão de vida para o mundo, é um biófilo (amigo da vida); é um(a) co-operador(a), agindo sob o primado da escuta da Palavra de Deus dita na e pela situação.

Diante de uma realidade que ameaça o ser humano pelo anonimato, pelo artificialismo, pela massificação, o santo da atualidade restaura a inviolabilidade do “sacrário” mais íntimo da existência individual seu núcleo original enquanto pessoa: o diálogo com Deus. Um diálogo que se dá dentro do mundo, não para negá-lo, mas sim para injetar no interior das veias deste mundo a Graça transfiguradora da Caridade.

Sem comentários: