sexta-feira, 5 de julho de 2013

Meu Senhor e meu Deus


Jo 20:24-29

Tomé, um dos Doze, a quem chamavam o Gémeo, não estava com eles quando Jesus veio. Diziam-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor!» Mas ele respondeu-lhes: «Se eu não vir o sinal dos pregos nas suas mãos e não meter o meu dedo nesse sinal dos pregos e a minha mão no seu peito, não acredito.» Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez dentro de casa e Tomé com eles. Estando as portas fechadas, Jesus veio, pôs-se no meio deles e disse: «A paz seja convosco!» Depois, disse a Tomé: «Olha as minhas mãos: chega cá o teu dedo! Estende a tua mão e põe-na no meu peito. E não sejas incrédulo, mas fiel.» Tomé respondeu-lhe: «Meu Senhor e meu Deus!» Disse-lhe Jesus: «Porque me viste, acreditaste. Felizes os que crêem sem terem visto!»

Meu Senhor e meu Deus

No dia 03 de Julho a Igreja celebra a festa de Santo Tomé. O evangelista João, depois de descrever a aparição de Jesus, no próprio Domingo da Ressurreição, diz que o apóstolo Tomé não estava ali, e quando os Apóstolos —que tinham visto o Senhor— disso davam testemunho, Tomé respondeu: «Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos, se eu não puser a mão no seu lado, não acreditarei» (Jo 20,25).

Jesus é bom e vai ao encontro de Tomé. Passados oito dias, Jesus aparece novamente e diz a Tomé: «Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!» (Jo 20,27).

— Oh, Jesus, como és bom! Se vês que alguma vez me afasto de Ti, vem ao meu encontro, como foste ao encontro de Tomé.

Estas palavras foram a reação de Tomé: «Meu Senhor e meu Deus!» (Jo 20,28). Que bonitas são estas palavras de Tomé! Chama-lhe “Senhor” e “Deus”. Faz um ato de fé na divindade de Jesus. Ao vê-lo ressuscitado, já não vê somente o homem Jesus, que estava com os Apóstolos e comia com eles, mas o seu Senhor e seu Deus.

Jesus repreende-o e diz-lhe que não seja incrédulo, mas crente e acrescenta: «Bem-aventurados os que não viram, e creram!» (Jo 20,28). Nós não vimos Cristo crucificado, nem Cristo ressuscitado, nem nos apareceu, mas somos felizes porque acreditamos neste Jesus Cristo que morreu e ressuscitou por nós.

Então, rezemos: «Meu Senhor e meu Deus, afasta de mim tudo o que me afasta de Ti; meu Senhor e meu Deus, dá-me tudo o que me aproxima de Ti; meu Senhor e meu Deus, tira-me de mim próprio para me dar inteiramente a Ti» (S. Nicolau de Flüe).


 

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Deus não é abstrato, tem um nome: Deus é amor, diz o Papa


VATICANO, 27 Mai. 13 / 10:06 am (ACI/EWTN Noticias).- Em suas palavras prévias à oração do Ângelus, ante os milhares de fiéis congregados na Praça de São Pedro, o Papa Francisco recordou que "Deus não é algo vago, o nosso Deus não é um Deus "spray", é concreto, não é abstrato, mas tem um nome: ‘Deus é amor’".

Este amor, disse o Santo Padre, "não é um amor sentimental, emocional, mas o amor do Pai, que é a fonte de toda a vida, o amor do Filho que morreu na cruz e ressuscitou, o amor do Espírito que renova o homem e o mundo.".

"Pensar que Deus é amor nos faz muito bem, porque nos ensina a amar, a nos doar uns aos outros como Jesus se doou a nós e caminha conosco. Jesus caminha conosco na estrada da vida".

Ao celebrar-se hoje o domingo da Santíssima Trindade, o Papa remarcou que "a Santíssima Trindade não é produto do raciocínio humano, é o rosto com o qual Deus mesmo se revelou, não do alto de um trono, mas caminhando com a humanidade".

"É Jesus que nos revelou o Pai e nos prometeu o Espírito Santo. Deus caminhou com seu povo na história do povo de Israel e Jesus caminhou sempre conosco e nos prometeu o Espírito Santo que é fogo, que nos ensina tudo o que não sabemos, que dentro de nós nos conduz, nos dá boas ideias e boas inspirações".

O Papa indicou que "hoje louvamos a Deus não por um mistério particular, mas por Ele mesmo, ‘por sua imensa glória’, como diz o hino litúrgico. Louvamos a Ele, rendemos graças a Ele porque Ele é amor e porque nos chama a entrar no abraço da sua comunhão, que é a vida eterna".

"Confiamos o nosso louvor às mãos da Virgem Maria. Ela, a mais humilde entre as criaturas, graças a Cristo já alcançou a meta da nossa peregrinação terrena: já está na glória da Trindade. É por isso que Maria, nossa Mãe, a Virgem Maria, resplandece para nós como um sinal de esperança segura".

A Virgem Maria, assinalou o Santo Padre, "é a Mãe da esperança, em nosso caminho, Ela é a Mãe da esperança. É também a Mãe que nos conforta, a Mãe da Consolação e a Mãe que nos acompanha na caminhada. Agora rezemos todos juntos à Nossa Senhora, a Mãe que nos acompanha em nossa jornada".

Francisco também recordou que esta manhã "fiz a?minha primeira visita a uma paróquia da Diocese de Roma. Agradeço ao Senhor e vos peço para orar pelo meu serviço pastoral na Igreja de Roma, que tem a missão de presidir a caridade universal".

 

quinta-feira, 28 de março de 2013

QUINTA FEIRA SANTA


João 13,1-15: Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a sua hora, hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. Foi durante a ceia... Jesus levantou-se da ceia, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. Derramou água numa bacia, pôs-se a lavar os pés dos discípulos e enxugava-os com a toalha que trazia na cintura. Chegou assim a Simão Pedro. Este disse: “Senhor, tu vais lavar-me os pés?” Jesus respondeu: “Agora não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás”. Pedro disse: “Tu não me lavarás os pés nunca!” Mas Jesus respondeu: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”. Simão Pedro disse: “Senhor, então lava não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”. Jesus respondeu: “Quem tomou banho não precisa lavar senão os pés, pois está inteiramente limpo. Vós também estais limpos, mas não todos”. Ele já sabia quem o iria entregar; por isso disse: “Não estais todos limpos”. Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e voltou ao seu lugar. E disse aos discípulos: “Entendeis o que eu vos fiz? Vós me chamais de Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque eu o sou. Logo, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais assim como eu fiz para vós”.

A simplicidade de Jesus, de Francisco de Assis e do Papa Francisco

> No Evangelho de hoje, a Última Ceia de Jesus, o Mestre dá uma aula de simplicidade ao lavar os pés e servir à mesa, e deixa uma lição para quem governa: ser comprometido em servir aos mais humildes.

> O mundo recebeu com surpresa a escolha do novo papa. Surpresa em todos os sentidos: por vir de um país latino-americano; por ser entre os menos cotados pela mídia mundial; pela idade avançada... E, a surpresa maior, o jeito simples de ser e o fato de priorizar os pobres no seu pontificado. Para completar, escolhe “Francisco”, o homem de Assis que recuperou o “jeito Jesus” de ser, no contato com os mais humildes.

> Francisco de Assis rompeu com o próprio pai, deixou o palácio da família e pregou um Cristo irmão e amigo dos pobres, além da defesa da natureza; o novo papa deixava grandes solenidades da Catedral de Buenos Aires para visitar e celebrar com o povo da periferia, além de encarar o governo para defender os trabalhadores.

> Deus continua agindo na história, e quando pensamos que o mundo e a própria Igreja estão perdendo o rumo, Ele se apresenta através de sinais visíveis para reconduzir o seu povo. Muita gente de fé fez orações pela escolha do novo papa. Cabe-nos acreditar que Deus acaba de nos atender. Continuemos nossas orações, pois o papa também é homem, e como humano, tentações vaidosas em seu poder de “chefe de estado” podem se fazer presentes. O compromisso também é nosso!
 
P, Antonio Rossivaldo Motta CSsR

sexta-feira, 22 de março de 2013

O GUIDING NIGHT


O guiding night!
O night more lovely than the dawn.
O night that has united the Lover
with the beloved,
transforming the beloved
into the Lover.
John of the Cross

terça-feira, 19 de março de 2013

Festa de São José e Dia dos Pais


Deus confiou em José dando-lhe a missão de cuidar de seu Filho e da mãe de seu Filho. José confiou em Deus aceitando essa missão, e realizando-a num ato sublime de fé.
Nesta época exaltante e inquietante que o mundo está atravessando, José de Nazaré surge como o homem da esperança.

A fé de José está acima de qualquer entendimento natural. Ele se tornou o pai adotivo de um Filho concebido no seio de uma Virgem! José ainda assim submeteu o seu entendimento e sua vontade a Deus. São José é um grande exemplo para nós, quanto à obediência total, pois seguiu as instruções do anjo e tomou Maria como esposa (Mt 1,20-24).

São José é um grande intercessor que temos diante de Jesus. Nunca tarda em nos ajudar a conseguir alguma graça que desejemos, desde que a peçamos com fé. Tudo o que sabemos de São José é o que nos conta a Sagrada Escritura: que era um homem justo, temente a Deus e aceitou dar sua vida para criar e educar um filho que não era seu (afinal Jesus era filho de Deus). A Escritura Sagrada diz que era carpinteiro (Mt 13,55) e pobre, tanto que quando foi levar Jesus ao Templo para ser circuncidado e Maria purificada, ofereceu como sacrifício um par de rolas, permitido apenas àqueles que não tinham condições de comprar um cordeiro (Lc 2,24). Embora sendo pobre, José era de linhagem real, da descendência do rei Davi (Mt 1,1-16 e Lc 3,23-28). Era um homem bom, compassivo e carinhoso, características de um justo. Quando soube da gravidez de Maria, não sendo seu o filho que ela esperava, planejou deixá-la silenciosamente para não a expor à vergonha e crueldade, porque naquela época, as mulheres acusadas de adultério eram apedrejadas até à morte (Mt 19,20). José foi também um homem de fé e obediente.

Quando o anjo do Senhor em sonho lhe revelou o mistério sobre a criança que Maria trazia no ventre, imediatamente e sem questionar ou preocupar-se com fofocas, a tomou como esposa. Quando o anjo lhe apareceu novamente para avisá-lo do perigo que a sua família corria, imediatamente deixou tudo o que possuía, bem como os parentes e amigos e partiu para um país estranho e lá permaneceu, aguardando pacientemente até que o anjo do Senhor, no devido tempo, o instruiu para retornar (Mt 2,13-23). Quando Jesus ficou no templo, perdido dele e da mãe, José, junto com Maria, procurou-o com grande ansiedade até encontrá-lo ao fim de três dias (Lc 2,48). Tratava Jesus como seu próprio filho, a tal ponto que os habitantes de Nazaré repetiam constantemente em relação a Jesus "Não é ele o filho de José?" (Lc 4,22). José teve uma morte linda, como muitos gostariam de ter, ao lado de Jesus e de Maria.

Rezamos que São José interceda pelos pais para que sejam bom pai para os filhos.

São José, Rogai por nós

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Obrigado Senhor

Senhor, o teu amor envolve-me. Amaste-me no começo da minha existência, amas-me no decurso da minha vida, e continuarás a amar-me eternamente. Obrigado, Senhor, porque pensaste em mim. Obrigado por me teres amado e continuares a amar. Obrigado pelos dons com que me cumulaste. Obrigado por tudo quanto pensaste para mim. Obrigado pela estima que me dedicas. Obrigado porque me fizeste livre, e continuas a respeitar a minha liberdade, mesmo quando a uso mal. Obrigado, sobretudo, porque não me queres objecto passivo da tua generosidade, mas fazes depender tudo do meu “sim” de amor. Atrai-me para Ti, para que possa ser a tua alegria e a tua glória. Amen.

domingo, 14 de outubro de 2012

28º DOMINGO DO TEMPO COMUM (Mc 10,17-30)


Neste texto do Evangelho, Jesus aponta três requisitos fundamentais que devem ser assumidos por quem quiser integrar a comunidade do Reino: não centrar a própria vida nos bens passageiros deste mundo; assumir a partilha e a solidariedade para com os irmãos mais pobres; e seguir o próprio Jesus no seu caminho de amor e de entrega.

Apesar de toda a sua boa vontade, o homem não está preparado para a exigência deste caminho e afasta-se triste. Marcos explica que ele estava demasiado preso às riquezas e não estava disposto a renunciar a elas. O homem de que se fala nesta cena é um piedoso observante da Lei; mas não tem coragem para renunciar às seguranças humanas, aos bens terrenos que lhe escravizam o coração.

A sua incapacidade para assumir a lógica da partilha, do amor, da entrega, tornam-no inapto para o Reino. O Reino é incompatível com o egoísmo, com a lógica do “ter”, com a obsessão pelos bens deste mundo.

O “caminho do Reino” é um caminho de despojamento de si próprio, que tem de ser percorrido no dom da vida, na partilha com os irmãos, na doação de si mesmo, na entrega por amor. Ora, quem não é capaz de renunciar aos bens passageiros deste mundo não pode integrar a comunidade do Reino.

Na segunda parte do texto, os discípulos recordam a Jesus que deixaram tudo para o seguir. Os discípulos de Jesus não escolhem a pobreza porque a pobreza, em si, é uma coisa boa; nem deixam as pessoas que amam pelo gosto de deixá-las… Mas, é em vista de um bem maior que é o seguimento de Jesus e o anúncio do Evangelho. Jesus confirma a validade desta opção e assegura aos discípulos que o caminho escolhido por eles não é um caminho de perda, de solidão, de morte, mas é um caminho de ganho, de comunhão, de vida.

Esta opção dos discípulos será sempre incompreendida e recusada pelo mundo. Mas, aconteça o que acontecer, os discípulos devem estar conscientes de que a opção pelo Reino e pelos seus valores lhes garantirá uma vida plena e feliz nesta terra e, no mundo futuro, a vida eterna.

Jesus avisa aos discípulos que o “caminho do Reino” é um caminho contra a corrente. Quantas vezes as nossas opções cristãs são criticadas, incompreendidas, e taxadas de fora de moda?

E nós, seguidores de Jesus, queremos de verdade viver numa atitude de esvaziamento, de doação, de entrega gratuita a Deus e aos irmãos?