RECOLHIMENTO
DA COMUNIDADE, 23.03.2016!
Deixar-se
transformar por Jesus Cristo através da Cruz!
Escuta
Jesus
Em nossa vida diária, prestamos ouvidos a muitas coisas:
as conversas, notícias, e os acontecimentos.
Nesta semana Santa, queremos
ter consciência mais profundamente da salvação que nos é dada em Jesus Cristo,
deixando-nos transformar através da fidelidade a oração, por meio do sacramento
da reconciliação e pela nossa participação nas celebrações litúrgicas ao longo
da semana Santa.
Ouvir
Jesus! Indagar por sua opinião…escutá-lo, conversar com Ele e
assim entrar em relação com Ele, parece algo impossível para muitos.
Entretanto, a fé que “ouvir”, diz a carta de Paulo aos Romanos (Rm 10,8).
Escutar é mais que ouvir. Podemos ouvir muitos sons e muitas vozes sem prestar
atenção ao que ouvimos. Para pode ouvir, no sentido de escutar e acolher a palavra de Deus, para que a harmonia da
sua voz possa penetrar em nossa memória, em nossos sentidos e em nosso coração,
é necessário o silêncio interior. Á prática desse silêncio nos exorta São João
da Cruz:”Uma só palavra falou o Pai, que foi seu Filho, e a diz sempre é eterno
silencio e em silencio há de ser ouvida pela alma” (Alvaro Barreiro, Buscar em
Deus, p. 97,Ed. Loyola, 2004)
Para
escutar a voz de Deus, é necessário entrar na solidão silenciosa,
diferente de isolamento que produz tédio, tristeza. Lugares e momentos de
solidão é que favorecem a busca da própria identidade, o encontro com deus e
com os outros. Diz o evangelista São João. “Quem é de Deus, ouve a palavra de
Deus” (Jo 8,47).
Iniciando
o nosso recolhimento, dedicada à escuta de Deus…
O silencio de Deus, a
experiencia da distancia do Omnipotente e Pai é etapa decisiva no caminho
terreno do Filho de Deus, Palavra Encarnada. O silencio de Deus prolonga as
suas palavras anteriores. Nestes momentos obscuros, Ele fala no mistério do seu
silencio (Exort, verbum domini).
No silencio da Cruz, fala a
eloquência do amor de Deus vivido até ao dom supremo. Depois da morte de
Cristo, a terra permanece em silencio e, no sábado Santo – quando «o Rei
Dorme(…), e Deus adormeceu segundo a carne e despertou os que dormiam há
séculos» (oficio da leitura do Sábado Santo).
Salmo
do Amor
- Conheço a tua miséria, as
tuas lutas e tribulações da tua alma, as dificuldades e as enfermidades do teu
corpo; conheço a tua beleza, os teus pecados e, apesar disso, digo-te na mesma
“dá-me o teu coração, ama-me como és!...
- Se aguardas ser um anjo para te abandonares
ao amor, nunca mais me amarás. Embora sejas cobarde na prática do dever e da
virtude, embora recaias muitas vezes nessas faltas que nunca mais quererias
cometer, não te permito o não me amares. Ama-me como és!
- A cada instante e em qualquer situação, que
te encontrares, no fervor e na aridez, na fidelidade ou na infidelidade
ama-me... como és... quero o amor do teu pobre coração; se aguardas ser
perfeito, nunca mais me amarás.
- Porventura, não poderia eu fazer de todo o
grãozinho de areia um serafim radiante de pureza, de nobreza e de amor? Não sou
eu o omnipotente?! E se gosto de deixar no nada aqueles seres maravilhosos,
preferindo o pobre amor do teu coração, não serei eu Senhor do meu amor?
- Minha filha, deixa que te
ame, quero o teu coração. Claro que, com o tempo quero transformar-te, mas para
já amo-te como és... e desejo que tu faças a mesma coisa; Eu quero ver subir o
amor, da baixeza e da miséria.
- Amo em ti também a tua fraqueza, amo o amor
dos pobres e dos miseráveis; quero que dos farrapos suba continuamente um
grito: Jesus amo-te!
- Quero somente o cântico do teu coração; não
preciso nem da tua ciência nem do teu talento. Interessa-me só uma coisa:
ver-te trabalhar com amor!
- Não são as tuas virtudes
que desejo; se Eu desse, sendo tu tão débil, alimentariam o teu próprio amor;
não te preocupes com isso. Eu poderia ter-te destinado para grandes coisas, mas
não… serás o servo inútil: tirar-te-ei, o pouco que tens... porque te criei só
para o amor.
- Hoje estou à porta do teu
coração como um mendigo, Eu o Rei dos Reis, bato e espero; abre-me depressa,
não aumentes a tua miséria; se tu conhecesses a tua indigência morrerias de
dor.
- O que feriria o meu coração era ver-te
duvidar de mim e faltar a confiança. Quero que tu penses em mim toda a hora, de
dia e de noite; quero que faças até a acção mais insignificante só por amor.
- Conto contigo só para me dares alegria...
não te preocupes por não possuíres virtudes; dar-te-ei a capacidade de amar
além do quanto podes imaginar... mas lembra-te... ama-me como és... dar-te-ei a
minha mãe; faz-me passar tudo através do seu coração tão puro.
- Aconteça o que acontecer, não esperes ser
santo para te abandonares ao amor, nunca mais me amarias... vamos!
Escutar o meu interior!
Acolho o silencio que me
abre o caminho para o encontro comigo mesma, com aos outros e com Deus mas,
sobretudo, ouvi-lo.
Ouvir
as Palavras de Jesus!
Dirijo me ao santuário
exterior e crio um espaço interior, acolhendo a presença de Deus. Hoje vou
repetindo, devagar e pausadamente, palavras de Jesus ou da Escritura. Jesus diz:
Eu
Sou a videira, vos os ramos. Aquele que permaneça em mim, como eu nele, esse dá
muito fruto, pois sem mim nada podeis fazer (jo 15,5)
«Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir até ao
Pai senão por mim» (Jo14,6)
«Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não mais terá fome e
quem crê em mim jamais terá sede» Jo.6,35
Escutar a pergunta de Jesus: “
Que queres que eu te faça”? Mc 10,46-52
Agora,
imagino-me estar diante de Jesus. Ele me pergunta. Procuro, então, dar-me conta
do que eu preciso. O que espero de Ti, Jesus, neste momento de minha oração,
agora que inicio esta tarde do silencio? O que desejo e quero de Ti, neste
tempo de mais oração, de conversão e, tempo
de estar contigo no silencio e oração!
Sim, Jesus,
eu sinto que a pergunta acima me traz mais perto de Ti, desperta-me para um
relacionamento mais íntimo consigo. Sei, Jesus, que Tu conheces os meus desejos
mais íntimos . Eu sei também que, ao entrar na tua presença, no meu tempo de
oração, posso expresar-Te tudo o que sinto e desejo. Olha, Jesus, para o meu
desejo mais profundo. Guardo no meu coração um anseio incasável de ver-te, de
contemplar-te e andar pelos teus caminhos.
Para
ajuda a reflexão pessoal!
Onde
esta o meu coração?
O teu coração sabe que a
vida não é a mesma coisa sem Ele; pois bem, aquilo que descobriste, o que te
ajuda a viver e te dá esperança, isso é o que deves comunicar aos outros. A
nossa imperfeição não deve ser desculpa; pelo contrário, a missão é um estímulo
consoante para não nos acomodarmos na mediocridade, mas continuarmos a crescer.
(AE nº 121).
Ser
discípulo significa ter a disposição permanente de levar aos outros o amor de
Jesus; e isto sucede espontaneamente em qualquer lugar: na rua, na praça, no trabalho,
num caminho. (nº 127)
Onde
está a tua síntese, ali esta o teu coração. A diferença entre fazer luz com
sínteses e fazê-lo com ideias soltas é a mesma que há entre o ardor do coração
e o tédio. (nº143)
Ano
de Misericordia
É o tempo
para a Igreja reencontrar o sentido da missão que o Senhor lhe confiou no dia
de Páscoa: ser sinal e instrumento da misericórdia do Pai (cf. Jo 20,m 21-13)
[…]. » Um Ano em que sejamos tocados pelo Senhor Jesus e transformados
pela sua misericórdia para nos tornarmos, também nós, testemunhas da
misericórdia. É o tempo favorável para tratar as feridas, para não nos
cansarmos de ir ao encontro de quantos estão à espera de ver e tocar
sensivelmente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a todos, a todos,
o caminho do perdão e da reconciliação».
«Jesus
Cristo é o rosto da misericórdia do Pai», assim começa o Papa Francisco a Bula
Misericordia e vultus (n. 1). Na sua encíclica Dives in misericordia, são João
Paulo II, também dizia de Cristo: «Ele próprio é, em certo sentido, a
misericórdia» (n. 7), e afirmava que a misericórdia «é o segundo nome do amor
de Deus».
O Papa
Francisco diz: «Misericórdia é o caminho que une Deus ao homem, porque nos abre
o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do
nosso pecado […].
Abramos os nossos olhos para
ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados da
própria dignidade e sintamo-nos desafiados a escutar o seu grito de ajuda. As
nossas mãos apertem as suas mãos e estreitemo-los a nós para que sintam o calor
da nossa presença, da amizade e da fraternidade. Que o seu grito se
torne o nosso e, juntos, possamos romper a barreira de indiferença que
frequentemente reina soberana para esconder a hipocrisia e o egoísmo.
As
perguntas para a interiorização
Que Palavra de Deus ou
pensamento mais me tocou? Que sentimento predominou durante a oração? Senti
algum apelo, desejo, inspiração? Tive alguma dificuldade ou resistência?
Podem ser louvores, pedidos,
acção de graças…ir acolhendo o que vier à mente, o que tocar o meu coração,:
desejos, luzes, apelos, lembranças, inspirações, ect.
As perguntas propostas pelo
Papa Francisco aos religiosos!
-Também
nós temos grandes visões e impulso; voa alto nosso sonho?
-Olha no profundo de teu coração, olha no
íntimo de ti mesmo e pergunta-te: - - Há um coração que deseja grandes coisas
ou um coração adormecido pelas coisas?
-Teu coração tem conservado a inquietude da
busca ou o tens deixado sufocar pelas coisas, que acabam por atrofiá-lo?
Momento da partilha!
Power Point-Sonho de uma comunidade
Salmo
da Comunidade.
Ref. Como é bom, como é agradável os irmãos
viverem unidos! (salmo 133)
1. Te damos graças, Senhor, porque em Ti,
única fonte de felicidade, encontramos o autêntico tesouro. Teu amor nos
penetra chamando-nos a partilhar tua vida, a experimentar tua amizade e a
aderirmos a Ti, vivendo a vida consagrada a partir da “união de corações”.
2. Te damos graças, porque te fazes presente
em cada um de nossos irmãos, oferecendo segurança, apoio e fecundidade
apostólica. Obrigado, Senhor, porque tua vida, feita Eucaristia, é alimento que
fortalece nossa vida comunitária e nosso ser de apóstolos.
3. Senhor, teu amor infinito sonda e penetra o
mais íntimo de nosso ser. Tu que nos conheces e compreendes tudo, concede-nos
um coração generoso, e faze-nos capazes de partilhar nossa vida na alegria, no
encanto e na caridade. Avigora nossa fé e fortalece-nos com uma esperança
alegre que se comprometa ao amor autêntico para transmitir Cristo.
A
nossa Mãe Maria
Estrela da nova evangelização, ajudai-nos a
refulgir com o testemunho da comunhão, do serviço, da fé ardente e generosa, da
justiça e do amor aos pobres, para que a alegria do Evangelho chegue até aos
confins da Terra e nenhuma periferia fique privada da sua luz. Mãe do Evangelho
vivo, manancial de alegria para os pequeninos, rogai por nós. Amém. Aleluia!
(Carta Alegrai-vos)
Bom recolhimento
Odivelas, 23.03.2016
Ir. Mª. Mendes, SSpS
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