sexta-feira, 8 de maio de 2009

Eu Sou a Videira (João, 15)

Nenhum ramo produz fruto isolado da árvore
Sabemos bem que um galho seco é incapaz de produzir frutos. É desta experiência que Jesus parte para explicar que a dinâmica da vida cristã é semelhante a uma videira ou semelhante a outra árvore frutífera, como laranjeiras, limoeiros, macieiras... existe um tronco, ao qual estão ligados os ramos, e estes produzem frutos. A condição para que um ramo produza frutos é estar ligado intimamente ao tronco da árvore. Na dinâmica da vida cristã, o tronco é Jesus e nós, aqueles que assumimos viver de acordo com o Evangelho, só poderemos produzir frutos se vivemos na intimidade com Jesus. É unido a Jesus que nos alimentamos do seu Evangelho, de sua vida divina. Assim como na árvore a seiva alimenta os ramos para que produzam frutos, assim aquele que vive unido a Jesus é alimentado pela seiva do seu Evangelho e pode produzir frutos da vida nova que vem da Ressurreição de Jesus. Jesus resume essa dinâmica com a frase: “sem mim nada podeis fazer”.

Somos o que pensamos e pensamos com Palavras
Como isso acontece? A compreensão do processo de como isso acontece é fácil entender. Na árvore, a seiva circula por todos os ramos para alimentá-la. Na vida cristã, a seiva é o Evangelho, que circula na vida pessoal (e também na vida comunitária) para nos alimentar interiormente; em nossa vida espiritual. A diferença é que a seiva é um líquido e o Evangelho é feito de palavras. Por isso, quando acolhemos a Palavra do Evangelho dentro de nós e deixamos que a Deus a cultive, a Palavra nos fará frutuosos; gente que produz frutos. Por que? Porque somos aquilo que pensamos. Quando temos um projeto para realizar, esse projeto fica falando dentro da gente o tempo todo; quando estamos preocupados com alguma coisa, aquela preocupação não sai de nossa cabeça e ali fala o tempo todo. Fala com palavras porque pensamos com palavras. Assim acontece com quem acolheu o Evangelho: ele fala dentro da pessoa e, à medida que fala, vai divinizando a vida da pessoa e, aquilo que a pessoa faz é resultado, é fruto daquilo que o Evangelho fala no seu coração.

Projetos que se tornam ações e atitudes concretas
Tudo isso que falamos até aqui é a primeira parte. O processo acontece em duas partes. A primeira parte é essa de acolher o Evangelho para viver na intimidade com Deus e produzir frutos. A segunda parte trata dos frutos e estes são concretos, algo que se vê, que se pode pegar na mão. A intimidade com Jesus tem a finalidade de produzir frutos que possam ser repartidos com outras pessoas. Dito de outro modo: a intimidade com Jesus não é egoísta, intencionada a fazer bem unicamente à minha pessoa. São João, na 2ª leitura, dizia que não se pode amar somente com palavras e da boca para fora, com canções ou discursos que falem do amor, pois a intimidade com Jesus, quando é sincera, produz frutos, produz ações, atitudes concretas. A 1ª leitura faz referência a isso em nível comunitário, quando conclui dizendo que a comunidade “consolidava-se e crescia no temor do Senhor e crescia em número, com a ajuda do Espírito Santo”. Isso significa que uma comunidade eclesial só cresce (também numericamente), torna-se evangelizadora, promotora da vida nova da ressurreição, se alimentada pelo Evangelho e sustentada pelo Espírito Santo de Deus.

Avaliar a vida cristã e cultivar a vida espiritual
O lado concreto da Liturgia da Palavra favorece uma reflexão da nossa vida cristã a partir de coisas concretas, de frutos que produzimos, daquilo que fazemos porque somos cristãos. Hoje, Jesus deixa bem claro que ser cristão não se limita a ficar rezando, participar de louvores e conhecer trechos da Bíblia. Isso não diz nada se o Pai não for glorificado com frutos de vida nova, vindos da ressurreição do Senhor. A autenticidade da vida cristã, portanto, é medida pelos frutos. Cristão verdadeiro é aquele que é discípulo de Jesus e produz frutos; aquele que não produz nada é chamado por Jesus de “galho seco”, um inútil; serve para ser queimado ou jogado no lixo. Eis, portanto, um Domingo para avaliar como somos cristãos, se produzimos frutos do Evangelho ou não.

Mães agricultoras, a exemplo de Deus
Vou concluir dirigindo uma palavra às mães em forma de pedido. Vou pedir que as mães sejam imitadoras de Deus. Assim como Deus é o agricultor que trabalha nossa vida interior para que produzamos frutos, da mesma forma, vocês podem ser agricultoras em suas casas, cultivando os valores do Evangelho em seus filhos, em seus esposos e naqueles que freqüentam suas casas. Não precisam fazer pregações, basta que sigam o conselho de João, escrito na 2ª leitura: amar de verdade, com gestos concretos, capazes de tocar e transformar a vida de quem convive com vocês.

2 comentários:

Isabella disse...

Olá querida irmã!
MEu nome é Isabella, sou brasileira e cristã protestante! Acredito que a senhora deve ser Católica romana, não é mesmo?
Embora sejamos de lugares completamente distintos, acredito que a senhora seja igreja de cristo assim como eu!
Vim aqui dizer que a senhora está corretíssima no seu estudo, e ele foi muito bem elaborado!
Que o Espírito Santo esteja sempre guiando a senhora na obra pela qual o Senho te chamou!
Beijos de sua irmã em Cristo Jesus

Ir. Ma. Mendes, SSpS disse...

Ola querida irmã Isabella, muito obrigada pelo seu comentário.
Rezamos pela uma e outra assim possamos continuar a testemunhar a nossa fé segunda a sua vontade santa.
Desejo lhe uma boa missão sobretudo para aqueles que necessitam mais.

Um abraço
Ir. Mendes